segunda-feira, 7 de março de 2011

DOPING



A evolução do conceito de saúde.

Primeiramente a saúde era entendida como sendo o estado de ausência de doença, tendo o médico, como agente, atuando em um hospital. Neste modelo, o centro das atenções era a patologia em si. O Controle de sua evolução e o retorno ao estado de não doença eram os objetivos de todas as atividades.

Com o desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos a Medicina foi se fragmentando, dando origem e espaço para outros profissionais de saúde. A atividade ambulatorial se somou às desenvolvidas em ambientes hospitalares e desta integração surge a noção de sistema de saúde. Aos aspectos físicos, ou biológicos, foram sendo agregados os psicológicos e os sociais, igualmente reconhecidos como causas de doenças. Desta forma, a saúde de um simples estado de ausência de doença, passou a ser entendida como sendo um estado de bem estar físico, mental e social.

Não obstante, o grande avanço que esta nova definição trouxe para a compreensão do fenômeno saúde, a visão ainda era estática.

A noção de que a saúde é um processo continuado e interdependente de preservação da vida, criou uma nova dimensão social. A saúde passou a ser também um processo de cidadania. Assim, todos cidadãos têm direitos, mas são igualmente responsáveis pela manutenção. A saúde, dentro deste enfoque, ocorre e é conseqüência de ações realizadas em toda a sociedade. Isto não exime o Estado, o médico e outros profissionais de saúde de suas responsabilidades, mas agrega uma variável fundamental de respeito ao individuo, doente ou sadio, através do compromisso social solidário na consecução do objeto maior de garantir condições dignas de vida a cada ser humano. Este modo de entender a saúde abrange aspectos individuais e coletivos, envolvendo questões ambientais e sociais. (www.ceunes.ufes.br)

O termo qualidade de vida

de fato, tem sido muito utilizado ultimamente, mas não há consenso sobre sua definição.

Nesta reflexão, vamos abordar algumas questões importantes sobre este tema, embora seja sempre importante lembrar que a qualidade de vida tem algo de subjetivo, ou seja, próprio de pessoa para pessoa.

Qualidade de vida é quase um chavão hoje. Nos textos e nas conversas, ela aparece como afirmação que dispensa explicações:

quem escreve ou fala tem a certeza de que quem lê ou ouve sabe do que se está falando. Acontece, porém, que quem lê ou ouve pode estar pensando em coisas totalmente diferentes.

Muitos são os fatores

que influenciam na qualidade de vida e os mais importantes dependem de cada um de nós, da nossa visão do ideal, da nossa herança familiar e cultural, da fase da vida em que estamos, da nossa expectativa em relação ao futuro, das nossas possibilidades, do ambiente, da visão que temos do mundo e da vida, dos nossos relacionamentos, etc.

É claro que existem certas condições básicas, como:

ter o que comer, morar, saúde, liberdade de escolha... Quando elas não existem, tornam-se prioridade número um e não há muito o que discutir.

O ser humano, infelizmente, não raro vive em um constante mal-viver. Em outras palavras, pode-se afirmar que ele não tem, ou tem poucos momentos de felicidade e prazer. Isso faz com que se tenha também maior suscetibilidade às doenças.

Sobre esta questão nunca é repetitivo demais dizer que ter quantidade de vida é importante, mas é diferente de ter qualidade de vida.

A qualidade de vida do ser humano, no sentido amplo da expressão, somente é compreendida se for captada nas suas múltiplas dimensões, como a vida no trabalho, a vida familiar e a vida na sociedade, a espiritualidade, enfim, em toda a vida.

Lyndon Johnson, presidente dos Estados Unidos, foi o primeiro a empregar a expressão qualidade de vida, ao declarar, em 1964, que “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas.”

O interesse em conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida” foi inicialmente mais de interesse de cientistas sociais, filósofos e políticos, pois estava muito ligado à diminuição da mortalidade ou ao aumento da expectativa de vida. Posteriormente, foram-se acrescentando outros parâmetros.



O Grupo de Qualidade de Vida da divisão de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde, por exemplo, definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.



O mesmo Grupo enumerou algumas características importantes para a avaliação da qualidade de vida. Vejamos: Percebe-se, por estas características, que qualidade de vida envolve um conjunto de fatores que devem existir para uma vida melhor. Isso quer dizer que a qualidade de vida passa pela necessária mudança de comportamento, vivência de valores, crescimento profissional e humano, disciplina e respeito, cuidados com os ambientes, atenção à saúde, vivência de uma espiritualidade...



Vivemos no mesmo espaço e nossas vidas constituem-se de trocas cotidianas. Como seres sociais, queremos e precisamos do auxílio de outras pessoas no processo de construção da vida particular e grupal, etc.



E sendo a liberdade uma das características no processo felicidade/qualidade de vida, como posso ter qualidade de vida se necessito conciliar e integrar a minha vida com a vida de outras pessoas?



Leonardo Boff, falando sobre este dilema, afirma que a característica principal dessa integração é a cultura da solidariedade, que envolve:



• Valores: gratuidade, reciprocidade, cooperação, compaixão, respeito à diversidade, complementaridade, comunidade, amor.
•Princípios: autogestão, respeito à diversidade / complexidade, convivência solidária com a natureza e cuidado com o meio-ambiente, democracia, descentralização / desconcentração do poder, das riquezas, dos bens...
• No novo projeto de desenvolvimento deve haver, portanto: primazia do trabalho sobre o capital, economia a serviço do social, tecnologia que não agrave o desemprego e a poluição da natureza, etc. Nesta perspectiva, toda a qualidade individual é, de certa forma, uma qualidade coletiva.

Uma das questões centrais da reflexão sobre qualidade de vida está no trabalho, que deveria ser fonte de prazer e satisfação: o prazer no processo, o prazer em ver o trabalho pronto e o prazer que o produto final propicia às pessoas.

O trabalho, na verdade, passou de uma concepção de sobrevivência, em busca de meios para satisfazer as necessidades básicas, até chegar, nos dias de hoje, como sendo vital e fundamental para todo ser humano, essencial à vida e à própria felicidade. É inegável sua importância para o ser humano, pois através dele a pessoa se sente útil à sociedade e à vida.

O trabalhador, nesse sentido, deverá ser ouvido, percebido e respeitado como ser humano e como cidadão. Desta maneira, a concepção de trabalho seria desvinculada da concepção de castigo, fardo, sacrifício e se transformaria em fator importantíssimo de felicidade.

No entanto, não é esta a racionalidade presente nas organizações e instituições. A lógica predominante é a dos negócios, sustentada pela defesa das leis do mercado.

A qualidade de vida não está à venda como se fosse um item da moda ou de um supermercado, também não a conseguimos adquirir de um dia para o outro.

A verdade é que, considerando a máxima que “...a única coisa permanente é o constante processo de mudanças...”, precisamos estar sempre nos reposicionando e perguntando:

  • Estou sendo feliz no que faço (trabalho, lazer, vida familiar, etc.)?
  • Meus objetivos/planos/metas ainda são válidos para as atuais condições?
  • Do que tenho aberto mão em função das atuais opções?
  • O que estou fazendo para que outras pessoas também tenham mais qualidade de vida?
  • O que posso fazer para ser mais feliz na diversas dimensões da vida?

Estes questionamentos, obviamente, não devem tornar-se um “pesadelo”, mas parte natural de um constante processo de desenvolvimento humano, fazendo da vida algo muito sagrado. A qualidade de vida é uma busca pessoal e social. Busca que deve ser constantemente reavaliada e reajustada.

A questão central é que precisamos fazer alguma coisa, “não deixar para amanhã tudo aquilo que gostaria de fazer, posso fazer e tenho condições de fazer hoje”. Temos a tendência de achar que viveremos eternamente e que, portanto, podemos adiar, mesmo as coisas boas. Não adiemos as coisas boas. Qualidade de vida tem algo de “aqui e agora”, e algo que poderíamos chamar de “planejar o futuro”.(www.pime.org.br)

Doping por Allan José Silva da Costa

O presente artigo tentará mostrar de forma bastante clara e objetiva algumas destas substâncias usadas por atletas na melhoria do rendimento, os esportes onde são utilizadas com maior frequência e quais efeitos tais substâncias podem provocar ao organismo, sendo o conteúdo aqui descrito de grande valia para que atletas e pessoas interessadas no assunto possam entender como funcionam estas substâncias e se realmente vale a pena fazer uso delas para tentar atingir um melhor desempenho físico no esporte que pratica.

1) Classes de substâncias dopantes:

No esporte a grande maioria das federações esportivas do mundo adota uma lista de classes e métodos de substâncias dopantes. Tal lista apresenta estas substâncias divididas em cinco classes: estimulantes, analgésicos narcóticos, agentes anabolizantes, diuréticos e hormônios peptídicos e análogos. A partir de agora este artigo tentará mostrar como estas substâncias atuam, ou seja, de que forma elas auxiliam os atletas na melhoria de seu rendimento, e quais os efeitos que tais substâncias podem provocar ao organismo.

2) Estimulantes:

Os estimulantes são substâncias que apresentam um efeito direto sobre o sistema nervoso central, já que aumentam a estimulação do sistema cardíaco e do metabolismo. Os principais esportes onde encontramos atletas que fazem uso destas substâncias são o basquetebol, o ciclismo, o voleibol e o futebol.

Os maiores exemplos de estimulantes disseminados no esporte são as anfetaminas, a cocaína, a efedrina e a cafeína. Estas substâncias são usadas para conseguir os mesmos efeitos da adrenalina tal como o aumento da excitação. Além disso podem ainda aumentar a capacidade de tolerância ao esforço físico e diminuir o limiar de dor.

Apesar destas consideráveis vantagens que os estimulantes podem trazer aos atletas para que estes melhorem o seu rendimento, estas substâncias podem provocar alguns efeitos secundários potencialmente prejudiciais ao organismo tais como a falta de apetite, a hipertensão arterial, palpitações e arritmias cardíacas, alucinações e diminuição da sensação de fadiga. Além disso em alguns casos os estimulantes podem provocar a morte de alguns atletas; um exemplo deste último efeito acontece no caso de um atleta que precisa competir durante longos períodos de tempo com temperaturas e taxas de umidade elevadas. A temperatura corporal deste atleta tende a subir facilmente, porém devido aos estimulantes torna-se difícil para o organismo desencadear o processo de refrigeração. Assim o coração e outros órgãos, como o fígado e os rins, são prejudicados, podendo este fato causar a morte.

Como podemos ver, os estimulantes são substâncias que geram vários efeitos ao organismo e dentre eles um potencialmente nefasto: a morte. Portanto entendemos que o uso de tais substâncias deve ser evitado no que se refere apenas a melhoria do rendimento, pois não vale a pena utiliza-las indiscriminadamente e correr o risco de sofrer tais efeitos tão prejudiciais ao organismo humano.

3)Analgésicos narcóticos:

Analgésicos narcóticos são substâncias proibidas no esporte e estão representados pela morfina, petidina e substâncias análogas. São compostos derivados do ópio e que atuam no sistema nervoso central diminuindo a sensação de dor, sendo por esse último efeito o motivo pelo qual são utilizados por atletas, principalmente em esportes de bastante resistência como a maratona e o triatlon.

Este efeito de "mascaramento" da sensação de dor que os analgésicos narcóticos provoca pode ser prejudicial aos atletas, pois a ausência ou diminuição da sensação dolorosa pode levar a que um atleta menospreze uma lesão potencialmente perigosa, levando ao seu agravamento. Outros efeitos prejudiciais destas substâncias ao organismo são a perda de equilíbrio e coordenação, náuseas e vômitos, insônia e depressão, diminuição da frequência cardíaca e ritmo respiratório e diminuição da capacidade de concentração.

Como acabamos de observar, os analgésicos narcóticos, assim como os estimulantes, podem provocar os mais variados prejuízos ao organismo não sendo, portanto, recomendado o seu uso sem uma prescrição por um médico especialista.

4) Agentes anabolizantes:

Os agentes anabolizantes ou esteróides anabólicos são compostos derivados de um hormônio masculino, a testosterona. Quando administrados no organismo estes compostos entram em contato com as células do tecido muscular e agem aumentando o tamanho dos músculos. Os principais esteróides anabolizantes são a nandrolona, o estonozoil, o anadrol e a própria testosterona, sendo estes alguns dos inúmeros produtos que existem no mercado na atualidade.

Quando tomados em doses altas os anabolizantes aumentam o metabolismo basal, o número de hemáceas e a capacidade respiratória. Estas alterações provocam uma redução na taxa de gordura corporal. As pessoas que os consomem ganham força, potência e maior tolerância ao exercício físico, sendo principalmente por causa destes últimos efeitos que os anabolizantes disseminaram-se tão rapidamente no meio esportivo, destacadamente em atletas como halterofilistas, lutadores de artes marciais e eventualmente em todos os tipos de esporte que envolvam força explosiva. São utilizados igualmente por pessoas que querem um corpo mais musculoso.

Estudos científicos mostram que o uso inadequado de anabolizantes pode causar sérios prejuízos a saúde, tais como o aumento da agressividade, comportamento anti-social, alterações permanentes das cordas vocais em mulheres (a voz fica mais grave), aumento do músculo cardíaco e uma possível consequência de infartos em jovens, aumento da produção da enzima transaminase, atrofia dos testículos e dor no saco escrotal, ginecomastia (crescimento das mamas nos homens), esterilidade feminina e masculina, crescimento excessivo de pêlos nas mulheres, aumento na massa muscular pelo depósito de proteínas nas fibras musculares, redução do bom colesterol (HDL) e aumento do mau colesterol (LDL), aumento do número de hemáceas jovens e diminuição dos glóbulos brancos, hipertensão arterial etc., a lista dos prejuízos é extensa e incompleta porque, como não há controle, os jovens e atletas usam doses cavalares de drogas e efeitos colaterais desconhecidos ainda podem aparecer. Na medicina a indicação de anabolizantes se restringe a pouquíssimos casos. Muitas vezes são utilizados para o tratamento de anemias, da osteoporose (diminuição da densidade óssea), em casos de hipogonadismo (baixa produção de testosterona por parte do homem) e também em casos de doentes com câncer terminal que muitas vezes se utilizam destas substâncias para ganhar peso.

No caso dos atletas de competição, percebemos que o uso de anabolizantes por parte destes atletas é realizado de forma indiscriminada e, em alguns casos, orientado por próprios profissionais da área de educação física. Assim sendo, podemos perceber o quanto será fundamental a compreensão das informações aqui contidas para que assim possamos combater tal uso de produtos proibidos enquanto prevalecerem as regras atuais do esporte.

5) Diuréticos:

Os diuréticos são drogas que aumentam a formação e a excreção da urina. Os principais exemplos de diuréticos que encontramos disseminados no esporte são o triantereno e a furosemida, sendo que estas substâncias são utilizadas por atletas esportivos em decorrência de dois fatores que podem provocar: perda de peso e mascaramento de doping.

No caso do efeito da perda de peso citado anteriormente, estas substâncias são usadas de modo a reduzir rapidamente a massa corporal de atletas participantes de esportes onde há categorias de pesos. O boxe, o judô, o halterofilismo e o karatê são alguns exemplos destes esportes. Também são utilizados como tentativa de aumentar a excreção urinária e com isso eliminar mais rapidamente eventuais substâncias dopantes, caracterizando assim o efeito de mascaramento do doping citado anteriormente.

Além destes dois efeitos principais os diuréticos podem causar alguns efeitos secundários prejudiciais ao organismo tais como, a desidratação (diminuição de água no corpo), cãibra muscular, diminuição do volume sangüíneo, doenças renais, alterações do ritmo cardíaco e perda acentuada de sais minerais.

Assim como os estimulantes, um efeito potencialmente prejudicial que os diuréticos podem proporcionar é a morte em atletas, em decorrência de problemas ao nível cardíaco e renal, sendo por esse motivo que o uso não controlado pode ser extremamente perigoso. Na medicina são usados como drogas para controlar a hipertensão arterial, diminuir edemas (inchaços), ou para combater a insuficiência cardíaca congestiva (doença originada pela falência do coração)

6) Hormônios peptídicos e análogos:

Os hormônios peptídicos e análogos são substâncias que atuam no organismo de modo a acelerar o crescimento corporal e diminuir a sensação de dor. A gonadotrofina cariônica humana, o hormônio do crescimento, o hormônio adrenocorticotrófico e a eritropoetina são alguns exemplos destes hormônios que a partir de agora serão detalhados um por um para podermos perceber o quanto são importantes ao organismo tanto pelos efeitos positivos como pelos negativos que podem causar.

"A Gonadotrofina cariônica humana (HCG) é um hormônio sintetizado pelos tecidos cariônicos da placenta e é extraído e purificado da urina de mulheres grávidas" (BOMPA e CORNACCHIA, 2000).

Este hormônio aumenta a produção de esteróides endógenos e o seu uso por atletas deve-se a sua capacidade de proporcionar o aumento do volume e potência dos músculos, sendo por essa razão é utilizada principalmente em esportes que exijam treinamento de força. Pode causar efeitos secundários potencialmente nefastos ao organismo tais como a ginecomastia e alterações menstruais e mulheres. Na medicina, o HCG é utilizado como componente do tratamento para estimular a ovulação em mulheres hipogonadotróficas e para estimular a espermatogênese em homens, sendo estes os dois principais modos de utilização em casos clínicos.

Outro hormônio bastante importante é o hormônio do crescimento (GH). Este hormônio é sintetizado intensamente pelos seres humanos até o final da puberdade quando se verifica uma estabilização do crescimento ósseo e por esse motivo trava-se a produção dele por parte do organismo, daí quando usado pelo adulto o ganho de performance é pequeno. A sua ingestão proporciona o aumento significativo de vários tecidos e entre estes está o tecido muscular sendo por esse motivo que atrai os atletas de força e velocidade. É possível que o uso prolongado de quantidades excessivas do hormônio do crescimento exógenos possa produzir alguns efeitos colaterais prejudiciais ao organismo tais como a acromegalia (crescimento desmedido das mãos, pés e cara), alteração no formato da face, alterações na voz, intolerância à glicose, hipogonadismo, compressão de nervos periféricos, hipertrofia cardíaca e doenças articulares. Outros efeitos bastante importantes que podemos citar incluem a estimulação da lipólise (oxidação de lipídios), aumento da síntese de colágeno e aumento da absorção de cálcio e fosfato.

Mais um hormônio que merece destaque é o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), substância que aumenta o nível endógeno de corticoesteróides (GRAÇA e HORTA, 2001). O uso de ACTH dar-se com a finalidade de recuperação tecidual, sendo por esse motivo que é utilizado por atletas praticantes de atividades intensas cuja recuperação precisa ser acelerada; porém, se usado por períodos prolongados pode provocar enfraquecimento muscular acentuado. Dentre os principais efeitos que pode causar ao organismo destacam-se a insônia, a hipertensão arterial, diabetes, úlceras gástricas, perda de massa óssea e dificuldades de cicatrização das feridas.

Por último destacaremos um hormônio conhecido como eritropoetina, a droga mais usada por ciclistas, triatletas, maratonistas e outros esportes de resistência. Este hormônio promove o aumento do número de glóbulos vermelhos (hemáceas) no sangue e desse modo proporciona um maior transporte de oxigênio para as células. Com o seu uso, o atleta tem o seu consumo de oxigênio aumentado e, consequentemente, capacidade de exercer uma intensidade de esforço maior se utilizando do metabolismo aeróbio para a produção de energia. Dentre os principais efeitos causados pelo uso deste hormônio destacam-se o aumento da viscosidade sangüínea em decorrência do aumento do número de hemáceas no sangue, a hipertensão arterial, possíveis infartos do miocárdio e cerebral, embolia pulmonar e convulsões.

Como acabamos de perceber nesta presente descrição os hormônios, assim como todas as outras substâncias dopantes citadas, causam muito mais efeitos prejudiciais do que benéficos ao organismo sendo por esse motivo que entendemos que o uso de tais substâncias deve ser evitado plenamente, pois acreditamos que todos os atletas podem realizar seus respectivos esportes sem fazer uso de drogas e com isso evitar problemas à saúde e até financeiros que tendem a ocorrer com atletas esportivos que usufruem de tais substâncias. Desse modo concluímos que os praticantes de atividades físicas levarão uma vida muito mais saudável e preservarão a imagem de vencedores legítimos a qual construirão em seus respectivos esportes.

7) Doping genético:

Segundo especialistas da área de doping no esporte algumas técnicas genéticas poderão ser usadas em um futuro bem próximo com mudanças da constituição genética que poderão significar ganho de força explosiva e resistência de força. Segundo eles, duas formas de mudanças genéticas deixam as autoridades mais atentas agora. Uma delas é o estímulo à produção de hormônios por meio de alteração dos genes, e isso se dá do seguinte modo: injetam-se no corpo do atleta vírus ou proteínas modificadas geneticamente para induzir o mesmo a acelerar a produção interna de hormônios e com isso melhorar sua performance. A outra maneira que os atletas podem beneficiar-se geneticamente consiste em alterações na parte genética de modo a adequar a estrutura do corpo do desportista às necessidades de seu esporte. Se é um velocista ganha mais fibras de contração rápida e se é um maratonista, por exemplo, recebe mais fibras de contração lenta. Segundo Eduardo de Rose, maior especialista brasileiro nesta área, este segundo passo ainda está um pouco distante. Ele explica que se há doping genético hoje ele se dá pela produção de hormônios a partir de estímulos.

Como percebemos, o doping no esporte cada vez mais evolui com o objetivo de tentar burlar as leis e controles que existem no esporte na atualidade. Na verdade, como educadores físicos temos que encarar estes fatos como estímulos para também evoluirmos com a tecnologia e com estudos voltados para assuntos ligados a nossa área, tal qual o próprio doping no esporte, e não somente ficarmos restritos a aulas práticas que desenvolvem corpos mais musculosos e que geram atletas campeões.

Considerações finais:


O artigo exposto anteriormente teve como objetivo principal realizar uma breve descrição sobre o doping no esporte, principalmente abordando as substâncias dopantes disseminadas no meio desportivo e alguns aspectos destas substâncias tais quais sua divisão em classes, como atuavam cada uma delas, em que esportes eram mais utilizadas e quais efeitos provocavam. Também buscou-se falar rapidamente sobre um novo tipo de doping que está surgindo no esporte: o doping genético. Entendemos que tais objetivos foram atingidos , apesar de reconhecermos que o assunto não foi abordado em toda a sua plenitude já que existem outras substâncias dopantes disseminadas no meio desportivo tais como os beta bloqueadores, os analgésicos locais, a marijuana etc. Porém, entendemos que as informações aqui contidas serão de grande valia para pessoas interessadas no estudo deste assunto assim com também acreditamos que a realização de tal artigo contribuiu de forma significativa para a consolidação de uma melhor compreensão sobre tal conteúdo.

Referências bibliográficas:

1)BOMPA, Tudor., CORNACCHIA, Lorenzo. Treinamento de força consciente. São Paulo: phorte editora, 2000.

2)HORTA, Luiz., GRAÇA, Renato. Campanha educacional visando a luta contra a dopagem no desporto. (on line) disponível na Internet. url: http://www.sedesporto.pt/ind.medicina-campanha jovens.htm. 03/04/2002.

Roteiro de Atividade: Relação entre esporte, saúde, doping e qualidade de vida
Currículo Básico Comum - Educação Física Ensino Médio
Autor(a): Joelcio Fernandes
Revisão: Ronan Augusto Silva
Centro de Referência Virtual do Professor - SEE-MG/2008


"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?"       1 Coríntios 6:19